10 de out. de 2010

Pela Eternidade.

Era um domingo de primavera, no fim da tarde, o céu estava alaranjado e a insegurança do Pedro estava matando-o cada vez mais. Ele estava ali para um encontro, com sua querida Bia. Pediria sua mão em casamento, ela não podia imaginar.
Meia hora se passou, nem sinal dela. Mais uma hora e o telefonema.
“– Sinto muito” – falaram.
No outro dia, a manchete no jornal: “Jovem é atropelada enquanto caminhava na calçada e não sobrevive.”
Foi o fim pra ele.
A partir dali, tudo que o Pedro desejava era partir também, para reencontrá-la. O anel de noivado que a ela nunca seria entregue estava guardado, e todo dia ele olhava para o brilhante anel.
Pedro passou o resto dos seus dias vivendo para a Bia: chorava e permanecia em uma tristeza sem fim, mesmo depois de cinco anos. Não havia beijado outros lábios depois dela. Não havia mais amado ninguém. O amor já nem morava mais em seu peito.
Era um domingo de primavera, no fim da tarde, o céu estava alaranjado, e Pedro ali adormecia. Deitado sobre o túmulo da sua Bia e um vidro vermelho ao lado. Talvez fosse um remédio pra dor de cabeça, talvez não.
No outro dia, a manchete no jornal: “Suicídio no cemitério”.
E ali passaram a viver juntos, pela eternidade.

Um comentário:

  1. Nossa que texto lindo amiga!É certas coisas,por mais que fique inexistentes mais permanece em nossas vidas!

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