18 de jul. de 2011

O ciclo.

Ela respira fundo e repete para si mesma: “vai dar tudo certo, você vai esquecê-lo, você tem que esquecê-lo.” E ela ouvia isso da sua boca e da boca dos outros. De todos que sabem e sentem pena da pobre criatura que chora por um falso amor. Ela sabe que não vai esquecer tão facilmente, e sabe também que todas essas horas perdidas ensaiando um perfeito discurso na frente do espelho não valerão de nada. Soluços abafados pelo travesseiro, lágrimas enxugadas pela palma da mão, e lá vai ela. Levanta, decidida de que é isso que vai fazer. Diz tudo o que quer na frente do espelho e sai de casa se sentindo a mais mulher do mundo. Avista o ex grande amor da sua vida e em sua mente, corre pra abraçá-lo e beijá-lo como sempre fazia, mas sua realidade é outra. Ela apenas se mantém séria e se posta diante dele. “Só vim pra dizer que...” é interrompida. “Eu estava com saudades!” “...É, eu também!”. E sorri, e abraçam-se. E beijam-se, assim como nas outras vezes. Ela volta pra casa, sorridente e esperançosa. Acreditando que dessa vez vai dar certo, que ele mudou. E passam-se dois dias, e três, e quatro. Lá está ela novamente, abafando os soluços e enxugando as lágrimas com a palma da mão. Depois, mais um discurso e a mesma decisão. Dessa vez não vai se deixar levar por ele. Prometera pra si mesma que vai seguir em frente e esquecê-lo. Assim como nas outras vezes.

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